sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Polícia Civil desvenda mistério sobre assassinato de “Chico Guilherme”

O CASO

Na manhã do dia 03 de julho de 2013 o senhor Francisco Chagas de Araújo, de 74 anos, conhecido por “Chico Guilherme” foi encontrado gravemente ferido dentro de sua casa, na Rua Presidente Castelo Branco, Bairro São Francisco. No piso da casa havia um rastro de sangue desde a entrada, passando pela cozinha, indo até o quarto, onde o idoso foi encontrado, deitado numa cama onde se formou uma poça de sangue.


“Chico Guilherme” foi socorrido e levado para o hospital, mas seu estado de saúde não permitia manifestar qualquer indicação do que aconteceu. Dias depois, ele morreu em Rio Branco por traumatismo crânio-encefálico.


A INVESTIGAÇÃO

O crime gerou grande repercussão na cidade, e com a morte do idoso, aumentou a pressão sobre as autoridades pela captura de todos os criminosos envolvidos. Uma barra de ferro suja de sangue foi encontrada pelos peritos, que também recolheram digitais no local do crime. O delegado ouviu familiares, vizinhos e pessoas conhecidas da vítima, além de alguns suspeitos que surgiram após denúncias anônimas, mas as provas para incriminar os responsáveis pelo homicídio ainda estavam nebulosas, por conta das diversas versões sobre o horário e as circunstâncias em que o idoso foi visto pela última vez, além do fato de que curiosos circularam pelo local do crime antes da chegada dos policiais que atenderam a ocorrência, quase prejudicando o trabalho da perícia científica.


Foi feita uma varredura minuciosa na casa e ao redor dela e os polícias encontraram indícios de como os assassinos entraram e saíram do local, já que nenhuma porta ou janela foi arrombada. O delegado também descobriu que um dos prováveis motivos para o crime era a especulação de que o “Chico Guilherme” costumava guardar grande quantia em dinheiro dentro de casa.

Perícias técnico-científicas usando equipamentos modernos foram solicitadas, quebra do sigilo telefônico e da movimentação financeira foi concedido pela justiça e as informações foram verificadas, e novos depoimentos reforçaram a tese de que “Chico Guilherme” foi surpreendido enquanto cozinhava por pelo menos dois assaltantes inexperientes que roubaram alguns objetos da casa mas deixaram para trás o dinheiro guardado no bolso da roupa que a vítima vestia. 

A PRISÃO

O crime permaneceu um mistério, intrigando toda sociedade Murbanense, ainda mais as autoridades dos vários Poderes, que viam o fato de uma morte tão violenta, lembrada e cobrada pelos cidadãos desta Cidade entrar numa estatística de impunidade e quase esquecimento. Todas as informações chegadas através do disque-denúncia eram verificadas e uma delas em particular apontava para uma dupla criminosa de adolescentes que vinha praticando uma onda de furtos na cidade, especialmente nas imediações de onde ocorreu o crime.


Tratava-se da dupla comandada por E. C. M., com 16 anos de idade, conhecido no mundo do crime pela alcunha de “onça braba”, e seu parceiro J. F. S. M., também com 16 anos, conhecido por “caçula”, oriundos da Cidade de Sena Madureira e moradores de uma invasão formada na baixada do igarapé mutamba. Também era investigada a participação do nacional Santo Gonçalves Lopes, vulgo “santinho”, com 21 anos de idade.

Perto de o caso completar 4 meses, o delegado Rêmullo César Pereira de Carvalho Diniz, que havia assumido a delegacia de Manoel Urbano no final do mês de agosto, reuniu seus detetives, juntou todas as teses e linhas investigativas, e depreendeu enorme esforço para monitorar e colher o máximo de provas contra os envolvidos no crime, representando pela internação compulsória dos menores e pela prisão preventiva do “santinho”.


Em 24 de outubro de 2013 a M.M. Juíza Zenice Mota Cardozo, expediu mandado de prisão contra Santo Gonçalves Lopes, o “santinho”, e Mandado de Internação contra E. C. M., o “onça braba”, e J. F. S. M., o “caçula”, sendo imediatamente detidos e conduzidos ao estabelecimento prisional indicado, pelos policiais do grupo de captura da Polícia Civil de Manoel Urbano tendo à frente o Delegado Rêmullo Diniz.

ATORES DO MAL

Em depoimento na delegacia, os menores, conscientes das benesses do Estatuto da Criança e do Adolescente, contaram com detalhes como planejaram e executaram o crime, enquanto o “santinho” negou participação no latrocínio, até porque é maior de idade e sabia das responsabilidades da confissão.


Na noite do crime, o “caçula” chegou pela frente da casa e pediu comida a vítima, que preparava o jantar, tudo para distrair a atenção do idoso, enquanto o “santinho” e o “onça braba” adentraram na casa por trás e agrediram “Chico Guilherme” com golpes de barra de ferro. A vítima ficou desacordada e foi coberta com um lençol enquanto os gatunos buscavam por R$5.000,00, quantia que os assaltantes buscavam em razão de um boato que ouviram dias antes do crime.

Com as diversas diligências investigativas e principalmente com os indícios materiais coletados foi possível individualizar as condutas de cada um dos autores da barbárie, e revelou-se que os criminosos escolheram a melhor hora para atacar a vítima, já na calada da noite, fazendo do seu número (em três) uma arma indefensável para um idoso de 74 anos de idade. Os menores envolvidos neste crime, bem como o maior, que de “santinho” não tem nada, eram reiteradamente vistos na companhia de criminosos conhecidos desta cidade, andando em ambientes degradados, fazendo uso de álcool e drogas, e apresentando comportamento desviado, voltado à prática de crimes.

Graças ao trabalho incansável da Polícia Civil, esses malfeitores ficarão aguardando julgamento em estabelecimento prisional competente, cessando sua ascensão criminosa, pois a cada dia tomavam gosto pelo crime e aventuravam-se em delitos cada vez mais ousados e graves.

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